segunda-feira, 1 de junho de 2015

Audi versus Mercedes

Eu sei que faz tempo, que pedir pras pessoas lembrarem de fatos acontecidos no passado pode ser uma tarefa árdua, mas pra ajudar tão aqui minhas impressões sobre o Audi A3-tão-vermelho-quanto-meu-velho-BMW.

Usamos esse mesmo carro pra outra tarefa e...

Foto: Gustavo Epifanio


Mais um superteste de moto, mais um apoio feito pelo excelente e vermelhíssimo Audi A3, que quase cheguei a considerar como meu segundo carro.

Dia feio, cinzento, enevoado e chuvoso na Piaçaguera, a caminho da BR-101. Já tínhamos amargado uma operação comboio* na rodovia dos Imigrantes.

Os enormes pneus de 225 mm de largura fazem supor, pra quem está familiarizado com o assunto "carro", que o Audi aquaplana fácil. Não é isso o que acontece pois os ótimos pneus Pirelli que o equipam drenam o filme de água com competência. E eu já tinha dito num post anterior que a estabilidade do carro é fantástica. E é mesmo. A posição relativa das rodas é tão firme que não se nota no volante qualquer tendência a virar mesmo estando uma roda só lutanto pra vencer o aquaplaning e a outra ainda firmemente conectada com o asfalto molhado.

Voltando à Piaçaguera, pouco depois das refinarias (horríveis) de Cubatão, um acidente na pista contrária à que estávamos. Diminuí a velocidade tomando o cuidado de: a) não fazer isso bruscamente, b) manter sob controle os carros que vinham atrás, e, c) deixar um bom espaço para o carro que ia à frente. Como já estava andando com os faróis ligados, não acionei o pisca-alerta, o que inclusive é proibido. Pisca-alerta, só com o carro parado. Um olhada no retrovisor, e tinha um só carro bem afastado do Audi, na pista esquerda, e alguns caminhões na pista da direita. Como já estava quase parado e com bons 50 metros ainda até encostar no carro que ia à frente, deixei o Audi rolar no creeping do câmbio. Mais uma olhadinha no retrovisor, E TINHA UM CAMINHÃO MERCEDES VELHO FAGOCITANDO O AUDI!

Não sei por qual motivo o motorista desse velho Mercedes saiu da pista da direita, me deixando quase sem opção de fuga. Acelerei e virei mais para a esquerda. Só que o motor do Audi é turbo e tem um pequeno lag entre o comando no pedal do acelerador e a efetiva contrapartida, que é o movimento do carro. Especialmente estando em idle. Na verdade, na situação de quase repouso que o carro estava era necessário que ocorresse: 1) total acoplamento da embreagem, 2) interpretação do comando do sistema de acelerador by wire QUE É PRA DAR NO PÉ IMEDIATAMENTE, e, 3) inércia máxima dos gases de escape e da turbina, o que não tava acontecendo, já que o motor tava em marcha-lenta.

Ainda conseguimos salvar o sistema Anchieta-Imigrantes de mais um engavetamento, pelo menos. Mas o Audi teve seu paralamas traseiro esquerdo bastante danificado. E ganhamos, tanto eu quanto o fotógrafo, torcicolos legais.

Superteste abortado, claro. Boletim de ocorrência feito, paralamas desamassado com pé-de-cabra e Audi rumo à oficina.



N. do A.: Operação comboio: é uma operação feita pela polícia rodoviária antes da descida da serra na Rodovia dos Imigrantes, que liga São Paulo ao litoral paulista em dias com pouca visibilidade por causa de nevoeiro. A rodovia é fechada, agrupam-se vários carros e motos e esse grupo é liderado por uma viatura, a baixa velocidade, até a baixada santista.



No blog do Teste dos 100 Dias da revista Carro tem minhas impressões sobre alguns carros. Vão lá, vasculhem, leiam e interajam por lá mesmo. Por aqui também pode. E por aqui tá tudo liberado, que o OIF não é politicamente correto.





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