terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Super Vê

Agora tem Formula Vê (ou Vee, vai), com motor de 1.600 cc quase sem preparação. Antigamente, no meio dos anos 70, que foi quando realmente passei a ver corrida de carro e a andar de carro de corrida era de 1.300 cc, mas bem ardido.

A melhor categoria que tinha era a Super Vê, com motor 1.600 mas com preparação bastante liberada.

Bastante liberada mas com vários preparadores conseguindo quase o mesmo resultado. Lembro assim de bate-pronto do Giba, pai do meu amigo Gibinha, Celestino, Amador, Roger Resny e mais alguns. A lenda é que os motores de 1.600 cc chegavam a ter 160 hp e alcançavam 8.000 rpm. Acredito mais em valores por volta de 140 hp. Mas mesmo assim, uma façanha pra motor de Kombi que originalmente tem perto de 60 hp.

Não cheguei a guiar Formula Vê mas andei com carros bem parecidos no tocante a motores com pequena faixa útil de giro e absolutamente sem perdão a erros de qualquer espécie.

Juntando as impressões que tive ao guiar JQ Reinard de F. Ford com motor CHT bastante preparado e Bino, também de F. Ford com a intratável caixa Hewland Mk VIII, que não é nada mais que uma carcaça de câmbio de Kombi com engrenagens Hewland, este último com os não muito bons slicks brasileiros da marca Pneubrás, e somando ao barulho que faz o meu Puma com motor a ar de 1.600 cc e duas Weber 44 (vá lá, não é 48), dá pra imaginar o que deveria ser um Polar, Heve, Kaiman ou Avalone de F. Vê.

Vai ver é por isso que não ligo muito pro fato de andar com venturis algo grandes montados nos Weber do meu Puma. Acho bacana a embaralhadinha que dá nos inícios de retomada. Isso lembra muito os motores de Super Vê e dos fuscas da Divisão 3.

Como disse, era a melhor categoria que tinha no Brasil. Além de ir ver as corridas em Interlagos, ainda tinha as visitas à oficina do Giba e a proximidade a um dos patrocinadores do Alfredo Guaraná Menezes, que era pai de um amigo meu. Ou era Overseas ou era Kardos. Orloff sei que não era.

Mas pra quê falar disso agora?

É que o ex piloto de Divisão 3, Rui Amaral Lemos Jr., achou (ou foi informado d)o video aí embaixo. Uma das etapas paulistas do Campeonato Brasileiro de Fórmula Vê de 1976.

Pra quem gosta de corrida de carro, uma delícia de assistir. Fernando Calmon pilotando a transmissão da TV Tupi (em São Paulo é o canal 4, antes do Silvio Santos comprar). José Pedro Chateaubriand (Polar Brahma) mandando o sapato à caça do Fernando Jorge (Polar sem patrocínio), escorregando maravilhosamente na entrada da temível Ferradura, na hora de começar a reacelerar. Vá lá, a Ferradura não era tão difícil de fazer porque tinha raio médio-pequeno e arco bem longo. Era botar o carro no traçado e esperar acabar. Mas a aproximação...

Chega de lenga-lenga. Alá o video:








4 comentários:

  1. A categoria era o máximo!
    Não corri mas patrocinei o Chico em algumas corridas de 78 se não me engano. Como tudo que é bom no Brasil acaba.
    Quanto aos motores 1.600cc tive alguns que segundo o dinamômetro que usava chegaram aos 152hp e o Jr Lara Campos que usava o dinamômetro que ficava na fazenda do Castro Prado fala em alguns motores dele de 156/158hp, como aaquele que equipou o Avallone do Marivaldo Fernandes, acho que na única vitória de um carro do Baixinho na categoria. Agora isso não vem ao caso, apenas como disse o Chico no programa em que entrevistei ele e Ricardo Achcar, precisamos urgentemente de uma nova categoria de formula, com custos baixos para revelar novos talentos. Desse vídeo saiu "apenas" um tri campeão do mundo! Abs

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  2. Rui,

    Concordo plenamente que é necessária outra categoria de fórmula. Assisti a entrevista e o Chico tá coberto de razão. A idéia de copiar um Merlyn (era esse) ou mesmo um Bino (o Bino já é cópia do Merlyn, né?) pra botar nele um motor de 1.000 cc é ótima. Enquanto a gente tava pensando no F Vee (do Zullino, he he he...) eu cheguei a cogitar o uso de motor refrigerado à água de 1.000 cc porque tava barato. Mais barato que motor VW a ar novo e já preparado. Hoje tem motor mil com 80 hp pra andar na rua. Regulado pra andar direito acho que chega nuns 90 sem trocar peça nenhuma. E covenhamos, 90 hp num carrinho de quase 400 kg já fica bem divertido. Ainda mais se usar pneus nas medidas dos antigos F Vê de 1.300 cc. Se não me engano, 145/80R13 na frente e 175/70R13 na traseira. Podendo mexer com relativa facilidade em cáster, câmber e convergência nos quatro cantos, que é o caso das suspensões do Bino (Merlyn?), já fica interessante pra moçadinha aprender a fazer carro andar solto e dentro do estilo de cada um. Também não custava nada melhorar o projeto (usando dois quadriláteros superpostos como era no Bino) botando uma boa quantidade de furos nos mounts das suspensões pra poder variar também a distância entre-eixos. Motor 1.000 cc bom todo mundo é capaz de fazer, hoje. E tá cheio de fabricantes, o que só ia aumentar o "molho" das corridas. Acho que é o caso de encher o saco do Zullino, notório formador de massa crítica, pra já reinventar isso. Formula Junior ia ser um ótimo nome, não?

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  3. Concordo Irineu, um amigo meu discorda do projeto do Zuzu justamente por isto. Agora ele e o Joca estão de parabéns pela organização e sucesso da categoria.
    A ideia do Chico e que as montadoras fornecessem os motores aos preparadores, caso algum estivesse fora do regulamento, seria severamente punido.
    Agora, nós precisaríamos de organização, baixo custo de inscrição e patrocinadores que dessem prêmios de largada e chegada, não aos clubes e dirigentes e sim às equipes e pilotos.

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  4. Estou sempre pronto para trabalhar em bons projetos, lembrando que carro escola tem que ter um trabalho bem feito em suspensão e direção.
    Diria que temos condições de criar algo novo, moderno, barato e principalmente seguro para ser usado como categoria escola, adoraria andar em um desses com motro 1600 e 450kg hehehe

    Abraço

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