quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CG!

Maaaaaais um post sem fotos (depois faço um só com as fotos das pecinhas novas que chegaram pro motorzinho OHV).

Houston, we have a problem!

Fiz a pré montagem do motor, já pensando em calcular a área de squish nova do cabeçote. Estranhei muito, durante as medições de praxe, a nova luz do pistão. Antes, quando era 125cc, a luz era zero. Na verdade negativa porque o pistão 125 cc tem dome.

Explicando, não sei se o nome certo da distância entre a cabeça do pistão e o topo do cilindro é luz. Mas sempre que monto motores VW a ar e preciso comprar calço para a base do cilindro, me refiro à luz no balcão das retíficas e os atendentes sabem do que eu tô falando. E squish é o formato/tamanho/ângulo da borda da câmara de combustão, onde quase toca com a cabeça do pistão. Luz (em motores VW a ar principalmente) e squish estão intimamente ligados. De certa forma "posicionam" a força a ser exercida sobre a cabeça do pistão.

Então, a luz do motor da CG ficou com excessivos 4 mm.

Fiz o cálculo da taxa de compressão estática e cheguei a 6,5:1. Compatível com motores a combustão interna do começo do século passado, esse valor.

E perdi uma tarde pensando num jeito pra aumentar esse valor.

Primeira idéia: retirar material do cilindro. Espaço tem. Justamente os 4 mm da distância entre o topo do pistão e o fim do cilindro.

Segunda idéia: retirar material do cabeçote. Não tem muito espaço. Só 2 mm.

Terceira idéia: retirar material do cabeçote e do cilindro.

Não gostei muito dessas idéias. O motor é OHV e tem duas varetas de acionamento das válvulas que deveriam ser encurtadas na mesma medida.

Tooooca falar com o cara que projetou o cilindro e o pistão que compramos pra moto.

Engenheiro.

Falar com engenheiro é foda. Sempre. Ainda mais no âmbito de atuação do cara.

Como não sou do ramo de preparação de motocicletas, não tenho contato com peças after market e nem de outras motos mais exóticas.

Como minha intenção não era mexer no deslocamento e sim no diâmetro do pistão, nem me preocupei em coletar dados da biela. A relação R/L do motor OHV da CG é bastante favorável e não ia mexer nisso. A toque de caixa fiz isso hoje. A biela original da CG tem 103 mm entre os furos (do pino do pistão e do pino do virabrequim). E fui informado de que a biela da Honda CRF 230 tem os mesmos diâmetros nos furos e é 3 mm mais comprida entre eles. Isso elimina 3/4 do problema. He he he...

(só a título de curiosidade, os motores de kart 125 cc a 2T usam bielas de entre 100 e 102 mm. Teoricamente isso seria ruim, já que o esforço do pistão na parede do cilindro é maior com bielas mais curtas. Mas como esses motores não usam câmbio, há o compromisso do torque a giros baixos. Os motores de kart de 125 cc são em sua maioria "quadrados", com diâmetro e curso na casa dos 54 mm. A CG 125 tem 56,5 de diâmetro por 49,5 de curso. Em tese, um motor mais disposto a girar alto. Não é o que se verifica na verdade, com a CG (antiga) virando a 10,5 krpm e os karts a 16 krpm ou mais)

Recalculada a taxa de compressão só trocando de biela chega-se a mais favoráveis 9,1:1. Ainda assim, longe dos 10,5:1 do motor 125 cc original.

Mas vamos montar o motor assim mesmo: com 1 mm de luz.

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